quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Jesus é nosso sol, Ele é a luz do mundo.
É preocupante a espiritualidade que impossibilita as alegrias, parece que a fé é inimiga das celebrações. A busca equivocada de santidade tem levado a ver o diabo onde ele não se encontra. O cristão tem o privilégio de cristianizar a cultura do seu tempo, viver para Jesus não significa criticar o mundo e a cultura do povo. O desequilíbrio pode conduzir a grandes excessos.
Quem vive cercado pela maldade deste mundo e ansioso diante do chamado à santidade, passa parte do tempo elaborando listas de proibições: Não pode comemorar o Natal pela associação a um deus sol; não pode dar presentes nem armar uma árvore pela associação a Papai Noel e São Nicolau; não pode comemorar a Páscoa porque tem relações as culturais do oriente; não pode comemorar dia dos pais, das mães ou das crianças, pois promovem exploração comercial e consumismo; não pode celebrar a chegada do ano novo porque vem de práticas pagãs dos povos antigos; não pode cantar “Parabéns a Você” e dizer Rá-Ti-Bum!, essas palavras é de um dialeto que ninguém sabe o que significa e estamos amaldiçoando os aniversariantes;
É preocupante ver um cristão criando desajustes emocionais e levando outros a ver demônios em comida, roupas, comemorações e tantas coisas. A situação pode ficar perigosa e exacerbada, pois tudo está imbuído de cultura e crenças. Geralmente as práticas ou costumes estão vinculados a algum elemento cultural ou religioso. Os costumes vistos como edificadores da fé estão ligados à religiosidade em sua origem, mesmo adotados pela fé cristã, eles estabeleceram algum vínculo com o secularismo. Os que usam ternos e gravatas nos cultos nunca leram que as gravatas foram identificadas entre os egípcios. Esse objeto possuía a forma de um cordão arrematado com um nó, cuja função seria de proteger o finado dos perigos da eternidade. Será que a gravata é amaldiçoada? A aliança de casamento tem origem no hinduísmo e antigos egípcios, foi incorporada pelos romanos na cultura ocidental depois pelos cristãos, nas celebrações simbolizava que a mulher era propriedade do homem que dava o anel. A cerimônia do casamento não tem origem na prática da igreja apostólica. E esse rito tão rico de sentido, já estabeleceu laços firmes desde muito tempo. Celebrar aniversários como gratidão a Deus tinha sua proibição no inicio da igreja, alguns cristãos viam uma associação pagã aos antigos egípcios que celebravam os faraós e deuses. Hoje os cristãos usam esse costume para louvar a Deus e homenagear pessoas amadas. A comemoração de Natal surgiu dentro da cultura ocidental quando decidiram celebrar o aniversário de Jesus cada dezembro.
Podemos usar a cultura como veículo de disseminação da fé, quando não subverte os valores do cristianismo. Quando alteramos um costume estamos de certo modo cristianizando, isso não comprometeu a fé.
O apostolo Paulo usou os costumes de fundo religioso de seu tempo. Quando alguém muito espiritual reclama do Natal, faz lembrar Atos 17:22-23, Paulo usou um altar pagão dedicado ao deus desconhecido, nome que era possível de ser aplicado a qualquer divindade do Panteão dos Atenienses, mas naquele momento se tornou um veículo da fé que ele anunciava. E disse: Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.
A festividade do Natal está de certo modo associada a práticas culturais de fundo religioso, mas em dado momento a fé cristã tornou esse elemento positivo. Era como se Paulo falasse aos atenienses: Essa novidade que vocês buscam a cada dezembro, essa luz que traz vida plena que desejam, a Luz e o Sol que anunciamos é Jesus. E no momento que abandonam o deus sol e se voltaram para Jesus, conseguiam uma conversão de valores, uma cristianização de um costume e não como muitos afirmam uma intromissão do paganismo no cristianismo. A celebração do Natal no dia 25 não foi para seguir uma festividade pagã, mas para combater. Era desejo dos primeiros cristãos que ao celebrarem o nascimento de Jesus ficariam impedidos dos excessos das festividades pagãs daquele dia.
Será que não podemos celebrar o Natal, a Páscoa, o Ano Novo, um casamento ou aniversário? Podemos celebrar datas especiais sem medos e levar a humanidade para ter os olhos em Jesus.
No Natal queremos celebrar os valores cristãos, não o deus sol. Eu duvido que as pessoas que fazem árvores de Natal e Ceias estão celebrando o deus sol. Até agora nunca vi um pastor ou padre dizendo que usam o Natal para celebrar o deus sol. Quando juntamos com os cristãos, queremos comemorar a maior dádiva já recebida, Jesus Cristo é o motivo da nossa celebração.
Por Pastor Elizeu Gois.
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